O mundo acabou, de verdade. Guerra nuclear? Catástrofe natural? Ataque alienígena? Não interessa e não será explicado, nem ao longo do filme e muito menos no livro.
“A Estrada” é um filme baseado na obra de mesmo nome escrita por Cormac McCarthy, vencedor do Pulitzer de 2007. Eu não li o livro, apenas uma resenha, mas tenho certeza que a riqueza de detalhes que pode ser passada através da narrativa será muito mais assustadora que a obra cinematográfica atualmente em cartaz nos cinemas brasileiros.
Em um mundo pós-apocalíptico (já falei, não interessa como se chegou a isso!), um pai e seu filho se movem com seus poucos pertences em meio a uma estrada nos EUA em direção ao mar, onde acredita-se que terão um pouco mais de esperança em suas vidas. O caminho está povoado de cenários desolados, onde vegetação e animais foram extintos, casas foram abandonadas ou ainda estão com seus antigos donos nos mais diferentes estágios de decomposição. Mas o pior, o mais profundo medo deste pai e de todos os poucos sobreviventes, são as gangues armadas, as quais ainda mantém o lado carnívoro do ser humano. Você já entendeu: se não há mais animais, só resta um tipo de carne no planeta...
Em sua jornada os dois protagonistas carregam uma arma com duas balas. Naturalmente, o artefato não tem o intuito de defender, apenas intimidar ou se necessário, acabar com suas próprias vidas antes de virar parte do horror em que os seres humanos (humanos?) criaram neste planeta moribundo. Céus cada vez mais escuros, temperatura cada vez mais baixa, terremotos e incêndios inexplicáveis.
Aí você se pergunta: porque não acabar com este sofrimento e usar logo as duas balas? A verdade é que seres humanos, como ensina o próprio pai ao seu filho, carregam “a chama”, ou seja, algo que não se pode deixar apagar. E este é o intuito da estória: mostrar o relacionamento entre os dois, como uma metáfora desde o início dos tempos, onde o pai ensinará o filho a atravessar os perigos e dificuldades da vida, seja ela nos primórdios da civilização, na nossa era, ou no cenário de pouca esperança proposto pelo autor.
Não é um filme de ação. Não é apenas um drama. Muita gente vai sair xingando do cinema, mas os que “sobreviverem” e tiverem capacidade de entender estes detalhes, terão certeza que passaram por uma obra única.
Para matar um pouco da curiosidade, veja o site oficial do filme (em inglês) : "The Road".
Ultramaratona Bertioga-Maresias, 75 Km, Solo!!!
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A cada ano eu escolho um evento para ser “a cereja do bolo”, aquele momento
que fica sendo a insanidade para o calendário vigente, e ainda faltava
cumprir...
Há 5 anos
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